domingo, 23 de maio de 2010

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

sonho 2 - Dinheiro



Poutz!
o Alemão não é nada superticioso (escrivinhei certo?), mas de qualquer forma ele comprou uns incensos pra atrair dinheiro uhauhauhauh, e ontem a noite depois da janta acendi um deles, tem cheirinho de canela, e também espanta os mosquitos rsrs, muito bão!
Olha, se eu vou ganhar dinheiro não sei, mas sei que sonehi a noite toda com dinehiro, eu achava dinheiro na rua, colecionava moedas de todos os países, e até dinheiro dos outros eu achava hahaha, mas eu devolvia, porque eu sou um bom menino :p
è bacana como este sonho também foi um desencargo de conciência, eu tinha que decidir se eu devolvia o dinheiro pra pessoa ou ficava comigo, e isto apesar de parecer simples, no sonho era tão dificil, muito estranho.

Acordei varias vezes durante a noite, já que neste dia eu havia drormido até demais, e senti o cheiro de gás! Cara entrei em pâncio, havia esquecido o gá ligado, fiquei com medo até de ligar a luz e acontecer alguma explosão, que foda, vai saber quanto tempo estava aberto o gás da cozinha. E o pior que o botão que liga o gás estava por um milimitro no lugar errado, o que fez com que eu não visse que estava aberto! aff, essa foi por pouco... tô traumatizado agora, podia ter morrido dormindo, ou simplesmente ter ficado sem gás, já penso que tragico seria?

hehehehe

p.s: segundoo livro de sonhos achar dinheiro significaperigos e prejuizos comerciais, oooo beleza, ainda bem que sou falido já hehehe

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sonho 1 - Poderes


.. e eu era um x-man praticamente, nossa eu tinha os poderes iguais aos da vampira, que pra quem não conhece, ela um personagem dos X-mens que pode absorver a energia vital das pessoas normais e roubar os poderes dos mutantes. Então eu fazia tudo, era veloz, controlava o metal, indestrutivel, controlava o fogo e muito mais, um a um fui roubando os poderes, e derrotando os vilões hahahaha!

Nem vou procurar no dicionario de sonhos que tenho o que significa, tem melhor coisa que ser um super herói? Revigorante! seja lá o que for que signifique, tenho senso de justiça muito grande, gosto de ajudar a combater o mal >p.

sábado, 31 de maio de 2008

3 dias para recordar - epílogo

Os anos foram passando, e com eles ficava cada vez mais difícil se manter unido, entrei pra faculdade, o que consumia todo meu tempo, tive que largar os treinos de vôlei, que era mais uma das atividades que sempre freqüentávamos juntos. DM começou a trabalhar, ele sempre foi preocupado com isso, e eu sempre o admirei por isso, por varias vezes alguns empregos dele acabavam afastando da gente, e eu via a tristeza dele por isso, mas também sem dinheiro ele não poderia sair, até que um dia ele também conseguiu um bom emprego e foi inevitável o afastamento dele.

Mais um ano havia se passado, Ramirez a pedido da família viajou sem para a casa de parentes na região nordeste, sem previsão pra retorno, fiquei feliz por ele, pois era importante pro futuro dele, já sua família pretendia que ele fizesse faculdade lá. Depois de um bom tempo fora ele retorna, foi época de festas, ele começou a estudar e trabalhar, e mais uma vez poucas vezes via Ramirez. Certa noite resolvi contar a ele sobre minha sexualidade, e tive um grande e inesperado apoio, ele nunca tocou no assunto, foi como se ele sempre soubesse, ou que isso não fizesse diferença. Apesar de estarmos longe agora já que mudei de cidade, ele sempre me faz convites pra ir com ele a clubes, ou conversamos sobre jogos e computadores, coisa pela qual ele tem paixão, tanto que trabalha e estuda isso. A última vez que o vi foi a alguns dias, numa repentina visita aos meus pais, antes disso tinha o visto a meses atrás em minha formatura. Fiz questão de ir até o trabalho dele onde podemos conversar um pouco, eu vejo como o tempo não o muda, sempre com sorriso no rosto, sempre com o mesmo modo de falar e agir, é realmente uma pessoa muito especial pra mim a qual sempre posso contar.

Algum tempo depois foi a vez de Truga, por causa de alguns problemas familiares, seus pais resolveram ir embora da cidade, quando Truga me contou fiquei muito chateado, e passei a agir com indiferença com ele, não concordava que ele aceitasse tão bem a ida dele, se pra ele nem parecia fazer diferença, então imaginava que ele nem se importasse com nossa amizade. E assim ele foi embora, sem se despedir, sem deixar recado, depois com o tempo entendi que Truga era uma cara que se fazia de durão, e que no fundo estava sofrendo com tudo isso, mas não queria tornar a dor da partida ainda maior, e esse foi um jeito que ele encontrou, talvez antes dele sofrer por saudade ele preferisse sentir indiferente.

Pra minha surpresa, depois de muito tempo sem noticias de Truga, acabamos nos falando já que tínhamos seu primo como amigo em comum, e até recebi algumas visitas inesperadas dele, pois seu pai é caminhoneiro e de vez em quando volta à cidade a trabalho, de certa forma nos reaproximamos. Por obra do destino atualmente estou morando na mesma cidade de Truga, mas apenas depois de seis meses ele me liga, não estava no momento, mas alguns dias depois quando pude retornar, conversamos um pouco, ele sempre com o mesmo jeito, falando mais rápido que pode e eu quase sem compreender o que ele quer dizer, marcamos algo pra fazer qualquer dia desses, ele disse que me apresentaria umas “cocotas”, o que eu achei até engraçado, Truga sempre foi super tímido, e as freses rápidas e cheio de gírias o descrevem corretamente, ele nunca foi do tipo garanhão e também ainda não sabe que as minhas preferências não são lá muito grande pelas “cocotas”, alias ele é o único que não conversei sobre isso, talvez pelo seu jeito mais fechado mesmo e por ser uma pessoa que dificilmente mostra o que ta sentindo.

Como deu pra perceber, foi praticamente inevitável o afastamento dos meus amigos, com DM começou pela igreja, onde éramos os mais ativos, ajudando a comunidade, e desenvolvendo alguns projetos com outras pessoas, tudo isso até eu ficar sabendo de um boato de um garoto conhecido se afastar da igreja, ou melhor, virarem as costas pra ele por descobrirem que ele era homossexual, foi o que bastou para meu afastamento, não queria estar em um lugar hipócrita que prega o amor mas não o pratica, esperei finalizar meus projetos, e nunca mais voltei a participar da igreja. Depois de um tempo DM também começou a enxergar algumas coisas também que já comentávamos entre nós, e também acabou se afastando.

Por causa de compromissos tanto deles com trabalhos e namoradas e meus com faculdade, nossos encontros eram pouco freqüentes, mas continuamos firme e forte na amizade, em certa altura nas véspera de natal, um sofrimento que já era um pouco constante me fez escrever uma carta a DM, onde eu lhe revelava algumas coisas que eu escondia dele como eu mesmo havia prometido a muito tempo atrás, principalmente o fato de gostar de garotos, sobre os meus sentimentos em relação a ele eu não contei, e também não achei necessário, alias o que eu sentia por ele era realmente uma admiração muito grande, que em uma fase da vida acabei confundindo com sentimentos além disso, mas estava bem mais seguro quanto a isso.

Lembro que realmente achei que DM nunca mais voltaria a falar comigo depois daquilo, ele foi o primeiro amigo que contei coisas que até então eram intimas, mas ele como um bom amigo jamais me abandonou, queria me ajudar mesmo sem saber ao certo como fazer isso, no mesmo dia comemoramos o natal com uma grande festa, onde ele me fez perceber que minha amizade pra ele também era importante tanto quanto ele era pra mim, creio que ele já imaginava que eu tinha algo bem importante pra dizer, mas não conseguia, nem mesmo bêbado. Certa vez, um pouco alterado pelo álcool consegui apenas dizer que estava sofrendo muito e que estava fazendo consultas com uma psicóloga.

Mesmo relutando para que não acontecesse, continuávamos nos afastando, pessoalmente não temos contato a um bom tempo, mas sei que ele continua como sempre, namorando muito, afinal as garotas se derretem por ele, e fazendo muitos amigos com seu jeito brincalhão. Um amigo que realmente faz falta, às vezes penso que deveria ter me esforçado mais pra ficarmos mais próximos, mas também penso que isso nunca abalou nossa amizade, quando nos encontramos, é como se nada tivesse mudado, é só sorrisos e histórias. Aprendi a valorizar muitas coisas em minha vida, e a amizade foi uma delas, amo meus amigos, e guardo na memória momentos felizes com os mesmo, espero que eles saibam que sempre os lembrarei com muita saudade, e que meu amor por eles é eterno, bem como sei que um dia o sonho do DM ainda vai se realizar, e nós estaremos todos reunidos em sua casa em um grande jantar, contando histórias da vida que infelizmente não podemos compartilhar, e com certeza relembrando aventuras do dia em que quatro amigos resolveram passar três dias longe de casa.

3 dias para recordar - parte 8.


Por volta das três da tarde de domingo, o irmão de Truga chega com a caminhonete para nos buscar, mais que depressa colocamos tudo o que havíamos trazido para os três dias de acampamento, lona, cordas, bola, aparelhos de som, entre outras coisas. Era hora de voltar a velha rotina, por uma lado era bom, já estávamos num racionamento de comida forçado, nunca vi uns moleques tão esfomeados quanto Truga, Ramirez e DM, seria bom chegar em casa e comer de verdade.

DM ainda conseguiu aproveitar o tempo até a chegada da carona pra casa, mesmo com os garotos do bairro por ali, talvez as distrações na piscina o estivessem ocupando demais pra pensar em algo pra nos aterrorizar.

Assim que a caminhonete estava carregada com nossas coisas, era hora de partir, pulamos felizes para a traseira da caminhonete, e em meios a gritos e barulhos de comemorações, falamos para o irmão de Truga que ele já podia partir. Algumas aceleradas depois percebemos que a caminhonete não sai do lugar pra nossa mudança de expressões faciais instantâneas.

“Truga, o que ta acontecendo!?”

“Não sei não, vamos descer e ver o que ta acontecendo pessoal!”

“Não é possível! A gente tá atolado!”

“Vai galera, empurrem que meu irmão vai acelerar!”

“Não ta dando certo, ta atolando ainda mais, as quatro rodas estão atoladas!”

E não era à toa, o lugar feito para estacionarem os carros, antigamente era um banhado onde eles usaram vários caminhões de terra para cobrir, como no primeiro dia quando tínhamos chegado choveu muito, a terra agora parecia uma massa mole, somado com o peso das nossas tralhas e mais o nosso peso na caminhonete, fez com que as quatro rodas afundassem.

E não tinha jeito, se continuássemos tentando empurrar afundaríamos cada vez mais como estava acontecendo. Algum tempo depois muita gente foi se juntando em volta pra saber o que estava acontecendo, e de repente aquilo já era uma multidão. Era o que faltava, agora sim se os garotos quisessem, teriam motivos de sobra pra piadas durante um ano.

O pior de tudo é que cada um que vinha, trazia uma Idea, correntes na roda, empurrar, cavar, e nada dava certo. Já estávamos pretos de lama, e alguns caminhoneiros que estavam estacionados ali tentaram ajudar amarrando cordas na caminhonete e tentando tira-la do atolamento com o caminhão.

De início começou a funcionar, mas de repente, o próprio caminhão também deu sinais de que iria afundar e atolar, o chão estava muito macio, qualquer peso a mais fazia afundar como arei movediça. Depois de varias tentativas, já estávamos ali a mais de uma hora, e nada dava certo, até que colocamos a mão na massa, cavamos as quatro rodas e colocamos apoios de madeira, finalmente funcionou, conseguimos desatolar, e pra não correr o risco mais uma vez decidimos subir na caminhonete novamente só depois de estarmos perto do portão.

Agora sim, comemorando mais que nunca, nos despedíamos de vez do lugar por onde três dias vivemos momentos felizes que jamais esqueceríamos, nos conhecemos melhor, e nos unimos muito mais, com um ultimo olhar naquele balneário, tive a certeza que havia mais que valido a pena, e num pensamento alto solei um “Valeu a pena, não é?”

E com sorrisos e risadas, se entreolhamos e quase que em um coro, respondemos uns ao outros:

“FOI DEMAIS!”

A caminhonete balançava na estrada de terra, rumo á avenida mais próxima, e eu deitado e exausto admirava o céu, era um lindo domingo de céu azul, imaginava como seria bom poder dormir em minha cama, e relembrava todas os momentos que compartilhei risadas com meus amigos, e percebi o quanto era fácil ser feliz ao lado deles, e o quanto era importante eles estarem fazendo parte de minha vida.

Quando a caminhonete parava de tremer por ter já entrado na avenida principal rumo ao centro da cidade, já lembrava que no dia seguinte acordaria cedo, e começaria tudo de novo, os mesmos problemas em casa, no colégio, e me recordava da realidade que se aproximava, pensando se algum dia tudo isso voltaria a se repetir. Imaginava um dia quando todos nós estivéssemos mais velhos, assim como DM sempre costumava a me contar o que via em seu futuro, todos nós com uma vida muito boa, alguns com filhos, felizes, juntos em algum churrasco, em algumas férias, sem preocupações. E ao olhar os meus amigos cansados, depois de um bom papo durante a viagem, e imaginado se acreditariam em tudo o que nós passamos.

Alguns dias depois do acampamento, as histórias entre nossos outros amigos ainda continuavam, agora existia até uma paródia com a música da banda Ramones, onde a letra contava algumas das desventuras que só entenderíamos, e era engraçado ver as meninas cantando aquelas canções, que ouvíamos por mais alguns meses. DM, Ramirez, Truga e eu, continuamos a nos ver constantemente ao longo dos anos, mesmo eu mudando de colégio algum tempo depois, ainda assim sempre estávamos um na casa dos outro jogando vídeo games, e também tinha as reuniões dos jovens e adolescentes e gincanas na igreja onde sempre íamos, um motivo a mais pra se ver e se divertir.

3 dias para recordar - parte 7


Talvez com a mesma facilidade que tinha para atrair pessoas muito legais a minha volta, eu tivesse a infelicidade de atrair pessoas que vão além da definição desagradável. Nessa parte eu sempre me considerei um grande azarado, não entendia porque tanta gente pegava no meu pé, e insistiam em aterrorizar minha, fui vítima de bullying desde que me entendo por gente, sendo este é o termo utilizado nos dias de hoje pra descrever o ato de violência física e principalmente psicológica por parte de um grupo de indivíduos pra intimidar ou agredir alguém que não possa se defender.
Os primeiros sinais que surgiram em decorrência disso eu mal lembro, mais aos 3 anos eu rezava para um quadro na parede de casa, com uma foto de Jesus, onde pedia pra Jesus me fazer branco porque não queria ser negro, eram tantas piadas na creche e em todos os lugares que desde cedo me fizeram entender que ser negro era errado. Isso se repetiu algumas vezes até minha mãe me pegar xingando Jesus de "cocô de galinha" por ter me feito negro, isso eu mal lembro, mas ela insiste em contar a história pra todos.
Anos depois já na escola, eu via que não tinha muito com que meus amigos fazerem piadinha a meu respeito, porque ao contrario deles eu não tinha nariz grande pra ser chamado de algum pássaro, nem era pequeno pra ser chamado de anão, e muito menos ter passado por algum tipo de situação que gerasse um apelido que me constrangesse, então, eles pegavam no meu pé pela minha cor.
Esse grupo de garotos que moravam no meu bairro, eram o pior tipo de pessoas que já havia conhecido, além de serem racistas eram super homofóbicos, ou melhor, eles tinham preconceito de quase tudo, até a deficiência das pessoas eram motivo para piadas. Nunca briguei na escola, porém por muitas vezes isso quase ocorreu, sempre fui muito calmo mas como qualquer pessoa enfurecida perdia a cabeça, só que também não era burro, claro que eles nunca estavam só, sempre estavam em grupos e se eu resolvesse partir pra briga seria eu contra no mínimo 5.
Era um terror quando esses garotos estavam por perto, e se isso se limitasse somente na escola, mas não, eles tinham que morar justo no meu bairro, e claro que não era só eu que via eles como inimigos, por incrível que pareça, DM um dia chegou a ser grande amigo desses garotos, mas como ele mesmo disse, nunca era feliz, dentro do próprio grupo de amigos ele era vítima de piadinhas, entre outras coisas, ficou um bom tempo sozinho e depois nós acabamos nos conhecendo, vai ver nessa história toda foi até bom, porque descobrimos juntos o que é uma amizade de verdade, antes disso éramos solitários e imaginamos que a amizade se limitava á aquilo que víamos entre esses garotos e não gostávamos nem um pouco.
Minha preocupação ao ver esses moleques lá foi imediata, fiquei com medo deles quererem aprontar alguma pra cima da gente, e novamente eles estavam em maior número e longe de qualquer pessoas que pudesse impedi-los. Na escola a gente até tem um pouco de segurança devido aos professores, diretores, e nas ruas tem nossos irmãos, pais, vizinhos, apesar disso nunca ter impedido-os nem mesmo de agredir fisicamente, mas ali não tinha ninguém pra por limites neles.
Outra coisa que pensei de imediato era o fato de 4 garotos estarem ali acampando a 3 dias, obviamente se eles descobrissem essa informação, seria mais um motivo para piadas homofóbicas, e não seria a primeira vez, eles adoravam transparecer o que pra eles eram sinal de masculinidade e virilidade, caso alguém falasse alguma coisa que desse pra se entender em duplo sentido, era vitima de piadas incansáveis, ou seja, até mesmo para falar tinha que se ter a preocupação para se policiar com as palavras, caso contrário você sentira a dor do exílio e das piadas ofensivas.
A primeira coisa que fiz ao vê-los indo em direção da piscina foi fingir que não os conhecias, por sorte eles não me viram, então voltei a barraca onde DM apareceu minutos depois.
"Não precisa nem falar nada D, eu os vi entrando na piscina quando estava lá"
"Vão tomar naquele lugar cara! o que eles tão fazendo aqui? Não acredito! estava tudo tão bom até esses idiotas aparacerem, você sabe né DM o que vai acontecer se eles ficarem sabendo que acampamos aqui não é?
"Calma D, relaxa! Não vai acontecer nada, a gente tá indo embora daqui a pouco “
"Tomara mesmo, eu que não quero ser piada no bairro, já tô até imaginando todo tipo de coisa que eles podem inventar sobre nós quando chegarem no bairro, e pior que se isso chegar aos ouvidos de certas pessoas vai ser uma fofoca dos infernos!"
"Droga! Melhor que nós fazemos agora é deixar tudo pronto pra cair fora daqui, não me agrada nada também eles aqui, isso não vai dar certo, será que o Truga e o Ramirez já tão sabendo?"
"Creio que não, mas pra eles nem faz tanta diferença eu acho, até que aqueles otários nem pegam muito no pé deles, de qualquer forma é melhor achar o Truga e pedir pro irmão dele vir buscar a gente logo"

Entre nós quatro, o que menos tinha sido vitimas do garotos era o Truga, DM pelo fato de morar bem mais próximo de onde eles costumavam ficar acabou até por um bom tempo sendo parte do grupo, e até mesmo agia como eles, agredindo outras pessoas, mas como ele mesmo viu que isso o fazia se sentir muito mal, e depois de ser vitima também por ser mais novo, acabou até se isolando das pessoas por um tempo. Ramirez, também teve um contato maior com os garotos, ele era o típico garoto parasitado, eles iam a casa de Ramirez porque tinha piscina, vídeo games, e outras coisas que poucos garotos tinham, e não sei se era pior, ser parasitado e ainda por cima vitima de bullying, e não saber como expulsar os urubus de casa.

No meu caso pagava pra não vê-lo, sentia total repúdio, e tinha que conviver com aquilo diariamente, afinal éramos da mesma escola e classe .Como não restava outra alternativa o jeito era ir embora o mais depressa possível, se os garotos fossem ou não arrumar encrenca conosco, eu que não queria ficar pra descobrir.


[continua]

quarta-feira, 28 de maio de 2008

3 dias para recordar - parte 6


Nota: Depois de um tempo afastado do blog eu volto, mas podem ficar tranqüilos, não gosto de deixar coisas inacabadas :P, acabei me ocupando muito, e quando havia tempo não sentia que era o momento para escrever, mas podem deixar que vou terminar os últimos capítulos .

Sempre achei que um bom amigo nunca deveria esconder nada, compartilhar segredos é algo que faz parte de boas amizades. Claro que não é raro casos de inevitáveis paixões por alguém que você admira muito, porém quando se tem uma amizade em jogo, é difícil não sofrer de paranóias que no meu caso foram desnecessárias e bastante dolorosas.
Acho que como acontecem nesses casos de amores e amizades, obviamente nunca quis gostar de DM, se pudesse controlar meus sentimentos, claro que seria a ultima pessoa no mundo que direcionaria esses tipos de sentimentos. Só havia uma coisa que podia destruir essa amizade tão importante em minha vida, e era justamente o que estava acontecendo no momento.
Nunca fui bom com mentiras, e odiava quando tinha que responder coisas que não queria, mas DM era insistente, ele não desistiria até descobrir o que me chateava, tentar achar soluções para os problemas dos outros era uma característica dele, ele só queria fazer as pessoas a sua volta felizes. Se eu soubesse realmente qual era meu problema, e a quem pudesse pedir ajuda, com certeza contaria com DM, mas achava difícil que algum dia conseguiria fazer com que ele entendesse minha situação, mas consegui ganhar mas algum tempo com o bombardeio de perguntas dele dizendo que o acontecia comigo nem mesmo eu entendia, e que por isso preferia não dizer, mas que com certeza um dia ele seria o primeiro com quem compartilharia isso que buscava compreender.
Já era quase fim do segundo e penultimo dia de acampamento, no próximo dia que seria domingo, aquilo ali estaria lotado de gente, então tentei esquecer meus problemas, esquecer de pensar em alguma maneira de deixar de gostar muito de alguém e aproveitar um pouco o lugar, já que amanhã perderiamos um pouco a sensação de clube particular.

Por um momento decidi parar de pensar em alguns sentimentos como se fossem coisas ruins, afinal não podia ter culpa de senti-los, então tentei aproveitar ao máximo o resto do dia com meus amigos, joguei bola, contei piadas, nadei, fiz caminhadas e também fiz o que eu mais gostava, conversei muito com DM, era tão bom conversar com alguém que tinha tanto assunto em comum, e que compartilha de mesmas idéias e pontos de vista. Tinha sorte por ter tão bons amigos que me faziam feliz e me faziam enxergar coisas que não veria sozinho, queria parar de pensar coisas que me deprimissem, apesar de saber que seria dificil, mas iria fazer um esforço muito maior, afinal, a minha felicidade estava em jogo.
Decidi que não iria fazer nada para que algum tipo de relação além de amizade entre eu e DM acontecesse, porque definitivamente não era o que eu queria. Nunca vou entender ao certo isso, pois apesar de gostar de DM mais que um amigo, nunca quis mais que uma amizade sincera, talvez a dúvida que havia sobre mim mesmo acabaram fazendo com que confundisse meus sentimentos, ou até mesmo me tornando mais carente, alias, quem não quer amar e sentir-se amado.
Neste ultimo dia dormindo fora de casa, me sentia mais aliviado, pude perceber a sorte que tinha, e os amigos que me completavam, e nunca queria perder isso, o que realmente era importante pra mim, decidi que deveria tentar compreender e me conhecer melhor, e resolver o que sentia sem pressa, sem ter medo, porque talvez só assim, meus amigos poderiam me entender melhor e quem sabe me ajudar e me apoiar.
No domingo pela manhã, fomos surpreendidos pela quantidade de pessoas no local, claro que imaginávamos que muita gente iria até o local no fim de semana, mas não tanta quanto estavam no local e que não paravam de chegar. Também já não tínhamos quase nada para comer, juntamos uns poucos trocados que tínhamos pra comprar algo pra comer, em mais algumas horas o irmão de Truga viria nos buscar.
Estava satisfeito, apesar dos problemas e surpresas que passamos juntos, tinha concluído que este havia sido um acampamento inesquecível, até ter a infelicidade de esbarrar com outros garotos do nosso bairro, que não eram nada mais que nossos PIORES inimigos, e ter a leve impressão que em apenas algumas horas, o pacote de boas lembranças poderiam ir para os ares.

[continua]