quinta-feira, 17 de abril de 2008

3 dias para recordar - parte 4


Ao voltarmos para a barraca que agora era na verdade um alojamento, DM resolveu ir trocar de roupa, enquanto eu fui ver o que Ramirez e Truga estavam fazendo ali próximo, em uma churrasqueira.
"Que tão aprontando agora? já esta tarde vocês vão ficar ai fora ?"
"D! vem dar uma olhada nisso, olha o que eu e o Ramirez achamos!"
Eu curioso cheguei mais perto da churrasqueira e no fundo dela havia mias um enorme sapo.
"Caramba! eu não acredito! isso aqui é a terras dos sapos gigantes? tá louco! e como vamos fazer o churrasco amanhã se esse sapo continuar ai?"
"Ah D, eu que não vou tirar ele, o máximo que posso fazer é cutuca-lo até ele ir embora"
Um bom tempo depois de tentar espantar o bendito bixo sem nenhum sucesso.
"Putz, essa praga não vai embora! desisto de cutuca-lo, e é melhor nem chamarmos o DM senão ele vai zuar com a gente mais uma vez"
"É mesmo D, pior que é melhor a gente parar de tentar espanta-lo, quem sabe ele não acaba indo embora por conta própria, minha mãe diz que esse bixo é perigoso, ele pode esguichar xixi nos seus olhos e aí você fica cego!"
"Derr Ramirez, isso é lenda urbana cara! bom eu tenho uma idéia, se a gente assustar ele com fogo talvez ele vá embora!"
"Boa iédia D, vou buscar o álcool !"
"Truga só toma cuidado pra não por muito, senão você vai matar ele !"
"ops, acho que foi demais... mas vai joga logo o fósforo antes que o álcool evapore!"
"Caraca! o sapo tá pegando fogo O.o"
"hahahaha, isso é muito engraçado, parece o groxo de fogo! é uma nova habilidade!"
"hahaha! eu sabia que esse bixo era um X-man!"

Confesso que sabia a idiotisse que estava fazendo, sempre abominei qualquer tipo de crueldade, mesmo com os animais, mas o Truga não gostava muito deles, principalmente de gatos, nunca entendi muito bem o motivo, mas certa vez ele viu um gato na rua, ele girou muito o bicho pelo rabo e depois soltou, e o gato foi pousar em uma arvore bem alta do outro lado da esquina. Nesse dia critiquei tanto ele, que o que ele estava fazendo não era certo, e agora começava a ver que o que eu estava fazendo não era muito diferente, mas foi dificil segurar a risada diante dos comentários imbecis que eles faziam.
Como eramos fã dos x-men, e existe um personagem meio sapo chamado groxo, as comparações feitas eram engraçadas, eles eram os moleques mais cheio de humor negro que já conheci. Algum tempo depois DM aparaceu pra saber os motivos dos risos.
"O que tá havendo?"
"DM vem ver isso, tinha um sapo na churrasqueira, ai colocamos um pouco de alcool pra espanta-lo! só que ..."
"Caramba! vocês são bestas? pra que fazer isso cara? nossa, não é bom fazer essas coisas com os bixos, dá muito azar, vocês não iriam gostar se fizessem o mesmo com vocês!"
"... calma cara! a gente não matou ele não, a gente só queria espanta-lo pra poder usar a churrasqueira amanhã e ..."
"Não importa D, isso não é coisa que se faça, agora deixe o sapo em paz que amanhã aposto que ele não vai mais estar aí!"
E virando as costas e caminhando em direção ao alojamento muito frustrado ele nos deixou pra trás, talvez não tanto quanto eu estava comigo mesmo, o DM tinha razão, o que a gente fez foi crueldade e sem motivo, e apesar de Truga e Ramirez nem terem dado muita bola pra o que tinha acabado de acontecer, eu tinha aprendido a lição, e sempre soube que nada nessa vida fica em pendências, fiquei pensando no que DM disse, e talvez pela enorme culpa que estava sentindo, fiquei imaginando se realmente poderia acontecer alguma coisa ruim com a gente como castigo pelo o que havíamos feito.
No alojamento improvisado, o clima de bronca parecia ter passado, Ramirez e DM jogavam cartas, e Truga ouvia músicas. Depois jogamos algumas partidas de truco para ensinar Truga, e para se distrair até o fim da noite. Eu demorei muito para aprender jogos de cartas, meu pai me proibia de jogar, me ameaçava com castigos e tudo mais, ele sempre dizia que jogos de cartas não são coisas boas, eu nunca soube direito, mas acho que meu pai jogava quando era novo valendo dinheiro, vai ver o medo de que eu acabasse se viciando em jogos fazia-o ser rigoroso comigo e talvez algo semelhante também acontecia na casa do Truga, já que ele não sabia jogar quase nenhum jogo de baralho.
Lá fora ouvíamos barulhos e movimentação, bem perto de onde estávamos dormindo estava acontecendo uma festa, provavelmente entre familiares do dono do local, então já que nosso alojamento não chamava quase atenção, algumas crianças curiosas se aproximavam pra ver o que havia ali. Truga, Ramirez e DM aproveitaram pra assusta-las, além de fazer teatro de sombras que refletia do lado de fora da lona cor laranja. Isso nos rendeu boas risadas, sem falar que os teatrinhos que eles faziam para as criancinhas eram totalmente pornográficos.
Quando já estávamos exaustos, chegava a hora de dormir a primeira noite longe de casa, foi um pouco dificil pra se acostumar, e até o repelente elétrico fazer efeito e espantar um pouco dos insetos, sem contar que o cheiro do colchão de Truga que foi o que ficou mais tempo na chuva estava horrível, tinha cheiro de chulé muito forte, e recomendamos que ele colocasse o mesmo no varal pela manhã, além de que sempre quando olhava pra porta da dispensa que tinha próximo ao piso onde estávamos deitado, lembrava do outro sapo que o DM havia prendido e imaginava se ele poderia escapar dali, e fazer vingança pelo o que tínhamos aprontado.
Quatro garotos reunidos longe de toda censura, isso era muito convidativo para papos sexuais, e admito que sempre gostei somente de ouvir, e tinha receio de que algum colega me fizesse alguma pergunta mais indiscreta, tinha medo de ser motivo de chacota por não ter nenhum tipo de experiência com garotas.
O que me fazia sentir um pouco seguro era que meus amigos também eram virgens, até onde eu sabia, então as conversas sempre eram de suposições. Ramirez logo começa com o papo.
" Cara, bem que podiam ter garotas aqui não é?"
"Claro Ramirez, sonha que os pais de alguma delas deixariam, os seus mal deixaram você que é homem! hahahaha! não é mesmo DM?"
"Ahh sei lá D, mas bem que seria muito bom se a Flavinha estivesse aqui, imaginem, aquela bunda, aqueles peitos....um tesão!"
"Fala sério! vocês tão batendo punheta!? hahaha ! tá loco vocês são pervertidos cara!"
"nem vem D, eu não tô fazendo nada!"
"Você não truga! mas esses dois tão se acabando! meu, na boa, não dá pra vocês fazerem isso em casa? vocês não tem vergonha de fazer isso com a gente aqui ?"
"Ah! para D, aqui nós somos todos homens ué, todo mundo faz isso!"
" ... bom, desisto de discutir, só não façam barulho por favor!"
Apesar do recado, não adiantou muito, pois ao longo da noite tive que ouvir o quanto os peitos da fulana era durinhos, o quanto a xerenga da ciclana era raspadinha e blá blá...truga era o único que não participava e nem incentivava, ele era o mais tímido e o mais "robozinho", as vezes custava lembrar que ele era um garoto de verdade por agir quase que o tempo todo corretamente.
A verdade é que por mim eles podiam até continuar, não vou mentir que não estava gostando e ficando excitado, não com os papos obviamente, mas sim com eles, e de vez em quando eles se exibiam e se mostravam, foi uma noite difícil de se segurar. Eu ainda não aceitava muito bem a idéia de sentir-se atraido pelos amigos ou pessoas próximas, achava isso era um grave pecado, mais do que sentir atração por alguém do mesmo sexo, sentir atração por um amigo era imperdoável, alias tudo pra mim era pecado, e infelizmente a maioria de meus desejos sempre foram maiores que minha alta censura.
Depois dessa noite, imeginei que nos próximos dias tudo podia acontecer, e já tinha uma coisa em minha cabeça, se de alguma maneira existir provocação, eu não iria conseguir me segurar por muito mais tempo não. E assim quando amanheceu o dia, comecei a preparar o café, e percebi o quanto meus amigos comiam, eram mais esfomeados que eu, e vi que o que eu havia imaginado que seria suficiente de comida para os três dias já estava acabando.
Isso foi só o começo de algumas coisas que repentinamente começaram a dar errado. Sem motivos a lâmpada nova queimou, e não podiamos ficar ali a noite no escuro, seria impossivel, além de o refil para repelir os insetos também havia acabado, fora outras coisas que começam a complicar, será que era a maldição do sapo boi? precisavamos pensar imediatamente em algumas soluções.


[continua]


2 comentários:

Rafael disse...

IUHAIUhauiHAIHiuah
ri alto na parte do sapo mija nos olhos! kkkkk
Eu não acredito que vcs carbonizaram o sapo O_o
quando comecei a ler pensei que iam fazer, mais depois pensei que nao! e pois vi que fizeram
aiheaiheiaheiahea

e a parte do medo do que tava trancado vim se vingar
aiehiaheiaheiahea

senti medo na hora da exibição de pinto a noite!
aiehaheiahea

quem são os outros dois personagennns?

eu me sinto atraido por todo mundo e nao me sinto culpado.. nunca senti
aehaiheaiea

menos por meu pai! :D

adorando a história mexicana! *-*

Rafael Calvin disse...

Obrigado pelo comentário e pela visita!
Eu vou te linkar pois ai então posso voltar sempre e conferir seu blog!
Um abraço
Calvin